
[de "Onze Sonetos"]
(Parte I - Cena e Lembrança)
Uma capela antiga. Um velho sino,
Badala entre brumas e portais.
Na nave há só silêncio e um menino,
De abertos braços, chagas e sinais.
Um pássaro tocando o mesmo trino,
No canto a vida em jorros imortais.
É noite, e no céu paira cristalino,
Antares, sobre os arcos ogivais.
No céu pulsante a noite gira amena,
Nas estrelas tenho o meu regaço
Contra o mundo que me envenena.
O céu gigante! Não esqueço-me disto,
Do Cruzeiro brilhando no espaço,
Lembrando-me de todo o amor de Cristo!
Gabriel Rübinger